sábado, 2 de fevereiro de 2013

Choro

Sinto desmoronar-se o Céu em mim
Vivo em rios de amargura que me afogam
Rajadas de dôr, vendavais sem fim
Atormentam-me o peito e me sufocam

Vivências, aventuras que sonhei
Ao lado meu passaram como um sonho
Na vida nada fiz, tudo falhei
Recordo o que não fui e sofro, sofro..

Gozei grandes paixões, grandes amores
Nem isso mereci eu ter vivido
Árvore apodrida, sem folhas nem flores
Quanto daria por não haver nascido

O peso desta vida que não quero
Carrego em mim e arrasto dia a dia
Nada aspiro, nada peço, nada espero
Minha alma são só nacos de agonia

Recordo a minha vida, triste história
Já não espero milagres nem me imponho
Já quis eu ser um génio, uma vitoria
Porém não sou nem eco desse sonho

Comparo-me a um rio ao entardecer
Água que corre em ânsia desmedida
Assim me sinto eu, água a correr
Assim correu por mim a minha vida

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